Sistema de previdência privada administra R$ 960 bilhões

Apesar da solidez, mercado também teve de se reinventar

Dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram uma nova realidade no perfil da população brasileira. De um lado, a expectativa de vida vem crescendo a cada senso realizado, e isso significa que as pessoas vão viver mais e estender o período de recebimento dos benefícios concedidos pelo regime aberto de previdência. De outro, o índice de natalidade vem diminuindo nos últimos anos, confirmando que, em pouco tempo, o Brasil terá um contingente maior de idosos recebendo benefício e menos jovens entrando no mercado de trabalho e contribuindo para a Previdência Social.

Diante dessa nova realidade, dois pontos ficam evidentes: primeiro, a necessidade de redução do valor do benefício pago pelo INSS e, segundo, que as pessoas terão que retardar sua entrada no processo de aposentadoria, ficando mais tempo no mercado de trabalho, teorias já confirmadas pelo texto da reforma da Previdência recém-aprovada no Congresso. "É preciso revisitar o sistema aberto, pois, como vemos, no Brasil, hoje, se gasta muito com Previdência, e esse pacto de gerações não se sustenta mais", destaca o diretor-presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), Luís Ricardo Martins.

Nesse contexto, segundo ele, a previdência complementar ganha força, podendo ser definida como um sistema que acumula recursos para garantir uma renda adicional no futuro. Por meio desses planos, em média, o trabalhador consegue manter cerca de 60% do nível de renda que possuía até o momento da aposentadoria.

Os fundos de previdência complementar fechados, também conhecidos como fundos de pensão, são administrados por instituições sem fins lucrativos que mantêm planos de previdência coletivos e são acessíveis somente para grupos de trabalhadores de determinadas empresas ou entidades de classe que fazem a gestão do próprio fundo. Conforme Martins, atualmente, o sistema administra R$ 960 bilhões.

São 290 fundos de pensão e 850 mil aposentados recebendo, aproximadamente, R$ 60 bilhões em benefícios, uma média de R$ 6 mil por mês. "Esses números ganham relevância, sobretudo, se considerarmos que todo o sistema de fundos de pensão fechados conta com 2,8 milhões de trabalhadores, mais 3 milhões de dependentes, poderíamos dizer que temos, aproximadamente, 7 milhões de trabalhadores dos 3% da população economicamente ativa", destaca.

O dirigente explica, ainda, que há a necessidade de adoção de políticas de incentivo ao incremento da poupança a longo prazo, uma vez que os fundos de pensão são grandes fomentadores de proteção social e financiadores da macroeconomia. De acordo com o presidente, as projeções são boas para a entidade, que tem como meta fechar o ano com 50 planos família. Em outubro, já eram 40 planos concluídos. "Precisamos investir em inovação, pois, ao longo desses 42 anos, desde o surgimento dos fundos de pensão, o público mudou. Mesmo com a solidez do setor, também tivemos que nos reinventar e enxergar esse mercado digital. Nesse sentido, a Abrapp oferece aos seus associados esse plano para os familiares, mais moderno, um plano setorial para atrair o público jovem", garante.

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Fonte:SUSEP


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