PERSPECTIVAS ECONÔMICAS PARA 2020 SÃO APRESENTADAS PELA FIESP: ESTIMATIVA DE ALTA DO PIB

Dados de levantamento da indústria foram debatidos com representantes da academia e do comércio

A primeira reunião do ano do Conselho Superior da Micro, Pequena e Média Indústria (Compi) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) contou com a presença de Paulo Skaf, presidente da entidade, que diz acreditar na retomada econômica. “Nossa estimativa para o PIB este ano é de alta de 2,5% a 3%”, disse.

A Fiesp apresentou suas perspectivas econômicas para 2020 baseadas em levantamento elaborado pelo seu Departamento de Competitividade e Economia. Entre os resultados, o fato de estarem sendo criadas condições para que a economia brasileira ganhe ritmo, com as reformas implementadas, como a Trabalhista e a da Previdência, além do estabelecimento do teto dos gastos. “O avanço das reformas fiscais afasta do cenário econômico o risco de insolvência da dívida pública, contribuindo para a redução da incerteza da economia e a consolidação do cenário de juros estruturalmente mais baixo no país”, aponta o documento, que estima também a manutenção da taxa básica de juros (Selic) nos patamares históricos mais baixos.

Além disso, os dados apresentados mostram ainda que, recentemente, a curva longa de juros começou a declinar e passou a indicar a viabilização dos financiamentos dos projetos em infraestrutura com recursos privados. “A inflação esperada está em linha com a meta de inflação. Mais um fator que contribui para manter os juros estruturalmente mais baixos”.

Foram apresentadas também as estimativas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que projeta um PIB positivo entre 3% e 3,5% para 2020. “No entanto, o consumidor ainda está muito cauteloso e endividado. Mas o que me preocupa mais é a diferença de desempenho entre as grandes redes varejistas e as pequenas. As grandes estão em fase de expansão, com implantação de novas tecnologias, enquanto as pequenas encontram muitas dificuldades, principalmente no acesso ao crédito por não terem muitas garantias a oferecer”, avaliou Marcel Domingos Solimeo, economista da ACSP.

Na avaliação de Lauro Emílio Gonzales Farias, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a projeção é de expansão do PIB próximo a 2%. Quanto ao volume de crédito, no Brasil, encontra-se em 48%, nos EUA alcança 192%, no Japão, 168%, e na China, 156%, comparou o docente.

Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio), o PIB deve ficar entre 2% a 2,5% em 2020, tendo como base o cenário de juros baixos e o crédito em expansão para a pessoa física. “Estamos saindo de um período de erros gravíssimos de política econômica, mas que não são corrigidas no curto prazo”, concluiu Farias.


Voltar