Fora do protocolo, ligação telefônica teria feito BR mudar acordo e levar à China lista de frigoríficos privilegiando os grandes

Segundo Abrafrigo, acordo com o Mapa mostrava que plantas em conformidade estariam na lista para os chineses aprovarem, beneficiando parte dos pequenos e médios de 49 que aguardam na fila.

Depois, "simples ligação" para a embaixada de Pequim teria motivado mudança, segundo a qual os chineses estariam exigindo indústrias já habilitadas à UE. JBS pode aumentar para 80% sua participação.

Péricles Salazar - Presidente da Associação Brasileira Frigoríficos

Frigoríficos Habilitados a Exportar para China - Péricles Salazar - Presidente da Associação Brasileira Frigoríficos

Associações e entidades estão preocupadas com o acordo entre o Brasil e a China, na qual uma ligação telefônica de uma autoridade chinesa fez o Brasil mudar o protocolo que vai privilegiar os grandes frigoríficos a exportarem carne bovina.

De acordo com o Presidente da Associação Brasileiro Frigoríficos (ABRAFRIGO), Péricles Salazar, os chineses vieram ao Brasil no final do ano de 2018 e fizeram uma auditória em seis plantas de bovinos. “Eles voltaram para a China e ficaram de mandar o relatório até dia 15 de janeiro. Porém, eles não enviaram na data prevista e só foram mandar no final de março”, explica.

Neste relatório tinha várias observações sobre pequenas inconformidades nas plantas visitadas. Após isso, as indústrias frigoríficas iniciaram a correção desses erros e mandaram para o Ministério da Agricultura. “Quero fazer uma colocação que os erros poucos significativos, mas como temos que atender todos os requisitos dos chineses fizemos o dever de casa”, pontua.

Na semana passada, a secretária de relações internacionais mandou um comunicado para as associações informando que havia uma ligação telefônica de uma autoridade chinesa dizendo que eles iriam utilizar as regras da União Europeia para habilitar as plantas frigoríficas.

“Esta regra que mudou aos 44 minutos do segundo tempo foi baseada numa ligação telefônica que não se sabe de quem. Ontem, nós fomos ao Ministério da Agricultura em que conversamos com embaixadores e pedimos a ele que o Brasil mantivesse o critério anterior”, destaca.

No entanto, a resposta do embaixador foi que ele seguiria com as solicitações dos chineses. “Esse critério privilegia grandes frigoríficos e automaticamente retira muitas médias empresas que estavam aguardando esta habilitação.

Dentre as 24 plantas habilitadas a exportar carne bovina, seis são da JBS em que duas estão localizadas no estado do Mato Grosso do Sul, duas em Goiás e outras duas no Mato Grosso. A Marfrig também conta com seis plantas habilitadas, na qual três estão no estado do Mato Grosso e as outras três estão no Pará, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Já a Minerva tem quatro plantas habilitadas em que cada uma está nos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Já a Mata Boi conta apenas com uma planta que fica no estado de Goiás. No estado do Paraná, o frigorífico Astra conta com uma planta habilitada a exportar.

Já no estado do Rio Grande do Sul, o Frigorífico Silva tem uma planta habilitada para exportar. O frialto e a Agrofoods contam com uma planta cada no Mato Grosso que podem exportar para a China.

No Espírito Santo, o frigorífico habilitado a exportar é o Frisa com apenas uma planta. Em Minas Gerais, a indústria Vale do Sapucaí tem apenas uma planta que está habilitada e em São Paulo é o frigorífico Barra Mansa com também uma planta.


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