Entre a cruz e a espada, governo tenta minimizar conflitos de interesse entre caminhoneiros e a Petrobras

O cenário atual que envolve o novo Presidente Jair Bolsonaro a partir do envolvimento na solicitação a Petrobras para não repassar o aumento do diesel de 5,7%, que poderia elevar o combustível para R$ 2,266 nas refinarias, foi anunciado no dia 11 de abril. Com essa atitude, pairam dúvidas que as estatais não voltariam a sofrer pressão do Governo com relação aos preços e serviços como aconteceu sobre a Presidência de Dilma Rousseff.

Com esse fato, as ações da Petrobras PN despencaram de R$ 28,00 (11/04) para R$ 25,83, queda de 7,75% que espelha a insegurança que paira sobre a gestão do atual Governo frente às estatais.

A preocupação da greve dos caminhoneiros ainda é um fato que assombra a população como um todo. A última paralisação que houve prejudicou pessoas e empresas em todos os setores, causando um problema para a coletividade. Foram 11 dias de greve com prejuízos de R$ 15,9 bi à economia, causando crise no abastecimento de combustíveis e alimentos.

A atitude do Presidente foi uma decisão que para muitos foi desespero, outros despreparo. Porém, a crise dos caminhoneiros ainda não foi resolvida desde a Presidência de Dilma Rousseff e com a preocupação de uma nova paralisação, que poderia ser muito pior do que a que houve em 2018, em que foi necessário ter uma ação imediata e bem diferente do Governo anterior que mantinha o controle dos preços da estatal para minimizar o impacto inflacionário, visto que a meta inflacionária dependia da gestão dos preços da empresa. Não havia respeito aos preços internacionais, portanto, as situações são bem distintas.

A justificativa da Petrobras com relação ao adiamento do aumento do preço do diesel, que tinha margem para espaçar mais alguns dias, gerou uma nuvem de incerteza, pois a manutenção do PPI (Preço de Paridade Internacional) continua fazendo parte da política da estatal.

O governo tomou algumas atitudes de imediato para permear a possibilidade de manutenção de sua política pública, de certa forma, intervindo temporariamente na política de preços da Petrobras. O anúncio de investimentos em infraestrutura de R$ 2 Bi, que será direcionado ao Ministério da Infraestrutura e R$ 30 mil de linha de crédito para cada caminhoneiro autônomo, por meio do BNDES, além de locais de repouso, tira da discussão a tabela de fretes e aumento do custo do diesel. De certa forma, isso dá um alento ao mercado como um todo. O reflexo deu sinais positivos, pois a Bolsa reagiu positivamente e o preço das ações da empresa retoma a tendência de alta. O preço da ação da Petrobras PN atingiu seu pico em R$ 27,06 até aproximadamente às 15h50 no dia 16 de abril.

O fato é que se necessita de uma política pública de infraestrutura que permita melhorias do sistema rodoviário, aquaviário e ferroviário, pois a deficiência do sistema encarece os custos em toda a cadeia produtiva. O mais prejudicado é o consumidor final que, além de arcar com preços mais altos, acabará por pagar pela ineficiência da máquina administrativa.   


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