EMPRESAS PARTICIPAM DE IMERSÃO INDÚSTRIA 4.0 RUMO À 4ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

No evento realizado na Fiesp, os participantes contaram com a orientação de consultores do Senai-SP para esclarecer dúvidas nos mais diversos níveis tecnológicos

Empresas dos mais diversos portes e níveis tecnológicos participaram nesta terça-feira (12/11) do evento prático Imersão Indústria 4.0, uma realização da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP).

Na abertura do evento, Ricardo Terra, diretor regional do Senai-SP, lembrou que, além da consultoria profissional, a instituição oferece cursos on-line e gratuitos sobre a indústria 4.0. “Hoje, temos 400 empresas atendidas nessa metodologia de Indústria 4.0, que apresentaram resultado de produtividade acima de 40%. Essa imersão é acessível a todas as empresas, como pequenas e médias. Acabamos de fechar também uma parceria com a Nokia para a implantação da 1ª bolha 5 G na unidade do Senai de São Caetano do Sul. Mas temos o desafio de continuar avançando na Indústria 4.0 para termos um Brasil melhor”, pontuou.

Ricardo Terra, diretor regional do Senai-SP, revelou que 400 empresas são atualmente atendidas nessa metodologia da Indústria 4.0 com impacto direto na produtividade.

O Senai tem, no Estado, plantas industriais focadas em manufatura, confecção e têxtil, processos contínuos e etanol. Durante a imersão, as empresas aprenderam de maneira muito objetiva e prática, com cases reais de empresas, tais como Embraer e Continental Pneus, como conseguir dar o próximo passo nessa jornada da 4ª Revolução Industrial.

Dentre as tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, destacam-se: Internet das coisas, Computação em nuvem, Big Data e Analytics, Robótica colaborativa, Manufatura aditiva, Simulação Digital, Cibersegurança, Inteligência artificial, Realidade Aumentada e Virtual.

Também presente na abertura do evento, o presidente da Fiesp e do Senai-SP, Paulo Skaf, destacou a importância do evento: “Não queremos assustar os empresários brasileiros. Queremos ajudar a nossa indústria a compreender como funciona a Indústria 4.0 e a dar os próximos passos nessa jornada. O objetivo do Senai-SP é pescar empresas e colocá-las na 4ª Revolução Industrial”, explicou, “mas não adianta apenas a empresa ser digital. A cadeia produtiva também precisa estar inserida nessa nova tecnologia”.

Osvaldo Maia, gerente de inovação e tecnologia do Senai-SP, apresentou aos convidados as etapas da jornada e lembrou que há uma queda rápida dos custos das tecnologias-chave.

A imersão aconteceu em quatros estágios:

• Otimização: melhoria nos processos internos por meio de aplicação de manufatura enxuta ou da implantação de políticas organizacionais.

• Automação: trabalho na melhoria de equipamentos, diminuindo variabilidade dos processos por meio da robotização da linha e aquisição de outros recursos de hardware e software.

• Digitalização: implantação de tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, para controle de processos em tempo real.

• Indústria Inteligente: integração dos sistemas internos e da cadeia de produtiva, além da aplicação de Inteligência Artificial, possibilitando autonomia aos processos e flexibilização da produção.

Antes do evento, os participantes responderam a breve questionário que permitiu ao Senai-SP ter um direcionamento sobre qual estágio cada empresa possuía maior aderência. Com base neste levantamento, após a abertura do evento, os convidados foram encaminhados a uma das salas temáticas relacionadas aos estágios da Jornada Senai de Transformação Digital, onde conheceram cases de empresas que, junto com o Senai-SP, promoveram mudanças em seus processos produtivos.

A Continental Parafusos, por exemplo, compartilhou como o mapeamento do processo produtivo, realizado com o auxílio do Senai-SP, permitiu a implantação de tecnologias para monitoramento de processos em tempo real. Já a Embraer relatou sua experiência na adoção dos conceitos de Indústria 4.0, por meio das mais modernas técnicas e tecnologias disponíveis na atualidade.

Já a Embraer relatou sua experiência de adoção dos conceitos de Indústria 4.0 por meio das mais modernas técnicas e tecnologias disponíveis na atualidade: “Hoje, na Embraer, a gente tem etapas com indústria inteligente e temos áreas em que estamos nos primórdios. Lean e qualidade total são fundamentais para entender qual é o nosso negócio e quais são os nossos processos. Tendo isso bem mapeado, aí sim se pode começar a falar do que é a Indústria 4.0 e de como ela vai potencializar e acelerar estes resultados”, afirmou Antonio Carmesini, diretor de Engenharia da Manufatura da Embraer.

Diferente do que muitos empresários possam imaginar, a inovação pode ser feita em diversos setores da empresa e não implica necessariamente em investimento financeiro, como explicou o coordenador de Relacionamento com a Indústria do Senai-SP, Marcelo Gazeloto: “O Lean Manufacturing, que significa ‘enxugar a produção’, possibilita maximizar os processos, eliminar os desperdícios e reduzir as atividades que não agregam valor. Para ser Lean tem de ser rápido, fácil e com baixo custo”.

Gazeloto explicou ainda que o Senai-SP oferece assessoria específica a fim de auxiliar as empresas que desejam iniciar seu processo de inovação: “Nós temos o Indústria Paulista+Competitiva (IP+C), que ajuda em todas as etapas e orienta a seguir com ferramentas mais tecnológicas e eficazes. O Lean pode ser feito a qualquer momento e em qualquer tipo de organização, e o Senai-SP está aqui para ajudar nisto”.

Na Imersão 4.0, o empresário Elnathan Gomes veio trocar experiência com colegas sobre os processos de inovação. Ele contratou o IP+C há cerca de dois meses e, desde então, tem percebido a evolução de sua empresa, a Norvax Indústria e Comércio, que fabrica alicates de cutícula e espátulas para unhas: “Não basta ter boa intenção. É preciso experiência. Primeiro, nós arrumamos a casa e agora começamos a entrar na parte de produção”, disse ao explicar que algumas das ações iniciais incluíram mudar o local do almoxarifado, trocar as telhas por outras de material transparente e setorizar o maquinário.

“O dever de casa é longo, tem muita coisa para fazer, mas o Senai sabe fazer e a indústria quer fazer para ter produtividade e aguentar a concorrência externa. Vim aqui para aprender como minha indústria pode chegar a ser 4.0. Quanto tempo vai levar? Não sei, porque muita coisa precisa ser feita, mas eu quero fazer”, afirmou, em tom decidido, o empresário.

Fonte: FIESP


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