Alta de mais de 14% do petróleo puxa commodities agrícolas e açúcar lidera altas

Segundo economistas, ainda é cedo para saber real intensidade do impacto sobre o setor agro

Os efeitos da disparada dos preços do petróleo, após os ataques à instalações petroleiras na Arábia Saudita, se estenderam por todo o mercado financeiro, especialmente as commodities. Sobem as energéticas, metálicas e agrícolas diante dos preços mais altos neste início de semana. No final da tarde desta segunda, os preços do Brent, subiam mais de 14%, com o barril valendo US$ 68,68, enquanto em Nova York, as altas passavam de 13%, para levar o barril a US$ 62,23.

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No mesmo momento, os futuros do gás natural e da prata tinham mais de 2% de avanço e ouro, 0,70%. Entre as commodities agrícolas, os ganhos também são consideráveis.

Na Bolsa de Chicago, quem lidera o avanço é o milho, que fechou o dia com quase 2% de alta, seguido pelo trigo, com ganhos superiores a 1%. Na soja, os preços subiam de forma um pouco mais tímida, com ganhos de pouco mais de 0,10%. Ainda na CBOT, subiram também os preços do óleo de soja, produto que pode ser um dos mais afetados, assim como o milho, pela produção de etanol, dada a correlação entre os combustíveis.

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Já na Bolsa de Nova York, quem liderou a escalada de preços são os futuros do açúcar, terminando o dia com ganhos de mais de 2% no pregão desta segunda-feira. Entre os preços do café arábica, nesta primeira sessão da semana, os preços tiveram altas de mais de 1%, acompanhando os ganhos generalizados das commodities agrícolas.

Diante de toda essa movimentação, o que todos se perguntam neste momento é quais são os reais impactos deste movimento do petróleo - que registra seus maiores movimentos de alta desde a guerra do Golfo, em 1991 - quais os impactos para o agronegócio e quanto tempo vão durar. A resposta dos especialistas é bem direta neste momento. "Ainda é cedo para dizer. O mercado está sinalizando uma reversão de futuros, mas ainda é cedo para dizer e entender como isto será absorvido. Pouco se sabe do que aconteceu, as informações ainda são muito rasas", explica Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. E Vieira completa dizendo que acredita que essas primeiras reações podem, de fato, ser parte de uma 'euforia' momentânea para um mercado que ainda busca entender o que houve, e isso vale para as commodities de uma forma geral, o financeiro e o câmbio. "Os mercados já se mostram um pouco mais aliviados, e agora temos que acompanhar", completa.

"Os preços do petróleo explodiram, subindo até 10% na Ásia e podem afetar também os preços de óleo de soja e milho (etanol e biodiesel)", explica Steve Cachia, consultor da Agro Culte e da Cerealpar.

Fonte: Notícias Agrícolas


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